A usina de reciclagem de pneus é um empreendimento voltado para o reaproveitamento de pneus inservíveis, transformando-os em matéria-prima para a indústria da borracha, construção civil, geração de energia, asfaltamento, produção de pisos, tapetes automotivos e muito mais.
Trata-se de um negócio que une sustentabilidade, inovação e retorno financeiro, com impacto ambiental positivo e grandes oportunidades na economia circular.
A operação pode envolver coleta, triagem, trituração, granulação, pirólise e comercialização dos materiais obtidos (pó de borracha, aço, óleo, gás, etc.).
O Brasil gera cerca de 450 mil toneladas de pneus inservíveis por ano, o que representa um sério problema ambiental. Por lei, os fabricantes e importadores são obrigados a dar destino adequado a esses pneus, o que gera alta demanda por usinas recicladoras licenciadas.
Fatores de rentabilidade:
Oferta contínua e gratuita de matéria-prima (pneus usados)
Produtos com alta demanda: pó de borracha, aço reciclado, óleo combustível alternativo
Possibilidade de parcerias com prefeituras, concessionárias e grandes empresas
Incentivos fiscais e linhas de crédito verdes
Contribuição direta para metas ESG e de sustentabilidade
Além disso, os materiais reciclados têm uso em diversos setores, gerando múltiplas fontes de receita.
O investimento depende do porte da usina e da tecnologia empregada.
Usina de pequeno/médio porte: R$ 500.000 a R$ 1.500.000
Usina de grande porte com pirólise e automação: R$ 3 milhões ou mais
Principais custos:
Aquisição de máquinas (trituradores, granuladores, peneiras, esteiras, separadores magnéticos)
Equipamentos de pirólise (opcional)
Instalação elétrica industrial e sistemas de segurança
Galpão industrial (mínimo 500 m² a 1.000 m²)
Obras civis e adequações ambientais
Veículos para coleta (caminhões ou caçambas)
Licenciamento ambiental e jurídico
Capital de giro para operação, folha de pagamento e marketing
Apesar do investimento robusto, a operação oferece alta escalabilidade e retorno sustentável a médio prazo.
A estrutura de uma usina de reciclagem de pneus exige espaço, logística e equipamentos industriais robustos.
Equipamentos essenciais:
Trituradores industriais de pneus
Moedores de borracha (granuladores)
Esteiras transportadoras
Separadores magnéticos (para retirar aço)
Peneiras e sistemas de classificação granulométrica
Prensas hidráulicas
Sistema de aspiração e filtros de ar
Máquinas de pirólise (para usinas que desejam transformar pneus em óleo, gás e negro de fumo)
Empilhadeiras ou guindastes
Estrutura física:
Galpão industrial com cobertura e ventilação adequada
Área de recebimento e triagem de pneus
Espaço para armazenamento de resíduos e materiais reciclados
Área administrativa e de controle de produção
Área de circulação de veículos e logística
Sistema de controle:
ERP ou software de produção e estoque
Sistema de controle ambiental (para emissão de gases, ruídos, resíduos)
A usina de reciclagem de pneus atende diferentes perfis de clientes e parceiros:
Principais fontes de pneus:
Borracharias e oficinas mecânicas
Concessionárias e centros automotivos
Transportadoras e frotas de caminhões
Usinas de asfalto
Municípios e prefeituras
Cooperativas de catadores
Público comprador dos reciclados:
Indústrias de pisos, tapetes e revestimentos
Fábricas de solados de calçados
Construção civil (asfalto borracha, concreto)
Indústrias de plástico e borracha reciclada
Cimenteiras e usinas térmicas (uso como combustível alternativo)
Indústrias que utilizam negro de fumo ou óleo da pirólise
A demanda por materiais reciclados cresce com a valorização de práticas ESG e a pressão por cadeias produtivas sustentáveis.
A usina exige licenciamento completo e rigoroso, pois trata-se de atividade com impacto ambiental.
CNAE recomendado:
3831-9/99 – Reciclagem de outros materiais não especificados anteriormente
Documentação obrigatória:
CNPJ como LTDA, EIRELI ou S/A
Licença ambiental (LP, LI e LO) expedida pelo órgão ambiental estadual
Cadastro Técnico Federal no IBAMA
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)
Autorização de operação de equipamentos industriais (Corpo de Bombeiros, CREA)
Licença sanitária (caso tenha manipulação de resíduos contaminantes)
AVCB – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros
Registro como operador de resíduos junto a associações ou órgãos ambientais
Contratos com empresas geradoras e destinadoras dos resíduos
É essencial contar com engenheiro ambiental e técnico de segurança para suporte em todas as fases do licenciamento.
Mapeie borracharias, postos e prefeituras para coleta regular de pneus
Faça parcerias com empresas que precisam comprovar destinação correta
Invista em equipamentos de alta durabilidade e manutenção simples
Treine a equipe para uso seguro das máquinas e separação correta dos resíduos
Tenha controle rigoroso de entrada e saída de material
Mantenha sistema de rastreabilidade e relatórios de impacto ambiental
Automatize parte da produção conforme o crescimento da operação
Ofereça serviços de retirada de pneus para aumentar a captação
A eficiência logística e a gestão ambiental profissional são diferenciais competitivos.
Por ser um negócio B2B, o foco está na criação de autoridade e construção de parcerias.
Estratégias de marketing recomendadas:
Site institucional com apresentação da estrutura, licenças e tipos de produtos reciclados
Vídeos e fotos da usina em operação para demonstrar tecnologia e segurança
Participação em feiras ambientais, de construção civil e automotiva
Apresentações para prefeituras e concessionárias de rodovias
LinkedIn para networking com empresas de logística, indústria e gestão ambiental
Google Meu Negócio com fotos e dados de contato
Certificações ambientais para reforçar imagem de sustentabilidade
Empresas e órgãos públicos buscam credibilidade e impacto ambiental comprovado — foque nisso na comunicação.
O faturamento depende da escala da operação e da diversificação dos produtos gerados.
Exemplo para usina de médio porte:
Capacidade de processamento: 300 toneladas/mês
Venda de pó de borracha: R$ 600 por tonelada = R$ 180.000
Venda de aço separado: R$ 1.500 por tonelada = R$ 45.000
Venda de óleo da pirólise (opcional): R$ 2,00 por litro (varia conforme uso)
Faturamento mensal: R$ 200.000 a R$ 250.000
Custos operacionais: R$ 120.000
Lucro líquido estimado: R$ 80.000 a R$ 100.000/mês
A operação pode ser escalada rapidamente, aumentando o volume de processamento e lucro.
Aumento da capacidade de processamento com mais turnos e máquinas
Expansão para outras regiões com centros de coleta e mini usinas
Criação de produtos próprios com a borracha reciclada (pisos, tapetes, mantas)
Parcerias com montadoras, empresas de transporte e grandes geradores de pneus
Inclusão de outros tipos de resíduos: borracha industrial, EPDM, EPI’s
Criação de programas ambientais com certificações para parceiros (créditos verdes)
Comercialização de créditos de carbono e marketing ambiental
O modelo é altamente escalável e tem apoio de políticas públicas e do setor privado.
EcoInnova (SC): atua com pirólise e exporta subprodutos para a indústria química
Ambiental Santos (SP): referência em reciclagem de pneus e materiais em São Paulo
Reciclanip (Brasil): projeto de logística reversa que apoia usinas licenciadas por todo o país
Essas iniciativas mostram que a reciclagem de pneus é viável, lucrativa e ambientalmente essencial.
Montar uma usina de reciclagem de pneus é uma excelente oportunidade para empreender com impacto positivo no planeta, aproveitando um setor em crescimento e cada vez mais valorizado.
Com tecnologia adequada, licenciamento ambiental e gestão profissional, o negócio pode se tornar referência regional ou nacional, gerando empregos, renda e contribuindo para um futuro mais sustentável.
A reciclagem de pneus oferece o diferencial de combinar impacto ambiental positivo com múltiplas fontes de receita e apoio institucional, sendo ideal para empreendedores com visão de futuro e foco em sustentabilidade.