O mercado de comida de rua está entre os mais tradicionais e resilientes do Brasil. Carrinhos de alimentos como churros, tapioca, pipoca, lanches, pastéis e espetinhos são negócios de baixo investimento, rápida operação e retorno acelerado.
Esses modelos funcionam tanto em pontos fixos (praças, avenidas, escolas) quanto de forma itinerante (eventos, feiras, festas de rua), oferecendo produtos populares, com alto apelo emocional e preços acessíveis. O diferencial está na qualidade, regularidade e apresentação.
Além disso, esses carrinhos podem ser a porta de entrada para quem deseja empreender com baixo risco e alta aceitação.
O brasileiro consome diariamente alimentos práticos e baratos fora de casa. A comida de rua movimenta bilhões de reais ao ano e está presente em todas as regiões.
Negócios como carrinhos de churros recheados, pipocas gourmet, tapiocas artesanais, lanches prensados, pastéis crocantes ou espetinhos variados atendem a todos os públicos e idades. O custo de produção é baixo, os insumos são simples, e a margem de lucro costuma ultrapassar 100% por unidade vendida.
Além disso, esses produtos têm forte valor afetivo e vendem bem o ano inteiro, especialmente em horários de pico (manhã, almoço, fim de tarde e eventos noturnos).
O investimento varia conforme o tipo de carrinho e o produto oferecido. É possível começar com valores entre R$ 4.000 a R$ 20.000.
Exemplos:
Carrinho de pipoca simples: R$ 4.000 a R$ 6.000
Carrinho de churros ou tapioca: R$ 6.000 a R$ 10.000
Carrinho de pastel ou espetinho: R$ 8.000 a R$ 15.000
Carrinho de lanches com chapa: R$ 10.000 a R$ 20.000
Principais custos:
Carrinho customizado e com estrutura adequada ao alimento
Utensílios, botijão de gás, acessórios de preparo
Estoque inicial de ingredientes
Uniforme, placa, cardápio
Licenciamento e legalização
Capital de giro para compra de insumos semanais
Cada tipo de carrinho exige adaptações específicas, mas há elementos comuns entre eles.
Equipamentos básicos:
Carrinho com estrutura de inox, chapa ou fritadeira (conforme o produto)
Botijão de gás com registro
Utensílios (espátulas, facas, pegadores, colheres, medidores)
Balcão, vitrines ou compartimentos térmicos
Caixa para dinheiro e troco
Recipientes para ingredientes e molhos
Equipamento de segurança (extintor, luvas, avental, touca)
Exemplos específicos:
Pipoca: pipoqueira elétrica ou a gás, compartimentos de salgado e doce
Churros: máquina de extrusão + fritadeira + bico de recheio
Tapioca: frigideira ou chapa com divisória para recheios
Espetinhos: churrasqueira a carvão ou elétrica com coifa adaptada
Lanches: chapa bifeteira com grelha e sanduicheira
Pastel: fritadeira de óleo com escorredor e exaustor
Manter a higiene e a praticidade no manuseio é essencial para todos os formatos.
O público é extremamente variado, já que esses produtos fazem parte da cultura brasileira. A demanda está presente em diversos contextos:
Estudantes e trabalhadores que buscam refeições rápidas
Famílias em eventos ou passeio noturno
Jovens em festas, bares ou pós-balada
Frequentadores de feiras livres, parques e praças
Público infantil em festas, escolas e eventos infantis
Consumidores noturnos (das 18h às 23h), especialmente para espetinhos, pastéis e lanches
A demanda aumenta em períodos festivos, eventos de bairro, festas juninas, shows e finais de semana.
Mesmo se tratando de um negócio ambulante, é fundamental operar de forma legalizada.
CNAE indicado (exemplo para MEI):
5612-1/00 – Serviços ambulantes de alimentação
Documentos necessários:
CNPJ com enquadramento como MEI (ideal para iniciar)
Alvará de funcionamento para comércio ambulante (emitido pela prefeitura)
Licença da Vigilância Sanitária (higiene e manipulação de alimentos)
Curso de boas práticas (alguns municípios exigem)
Registro do carrinho, se houver transporte em veículo
Emissão de nota fiscal (opcional para MEI, mas recomendada para eventos)
Cada cidade possui regras específicas para liberação de ponto fixo ou rotativo, portanto é fundamental buscar orientação municipal.
Trabalhe com ingredientes frescos e de qualidade — a diferença é percebida no sabor
Padronize os produtos para ganhar agilidade no preparo
Mantenha seu carrinho limpo, sinalizado e visualmente atrativo
Tenha cardápios simples, com preços visíveis
Ofereça formas de pagamento variadas (Pix, dinheiro, cartão)
Use aventais limpos, toucas e materiais descartáveis seguros
Atenda com simpatia: a fidelização está no relacionamento
Crie “combos” e promoções por horário para aumentar ticket médio
Tenha sempre troco e reposição rápida de insumos
Registre seus produtos com fotos reais para divulgação
Mesmo sendo um negócio de rua, a visibilidade digital pode atrair mais clientes e pedidos para eventos.
Dicas de divulgação:
Crie perfil no Instagram com fotos reais dos produtos e do carrinho
Use o Google Meu Negócio para localização e avaliações
Faça vídeos mostrando o preparo (recheando churros, fritando pastel, montando lanche)
Ofereça sorteios mensais com produtos grátis
Participe de eventos de food trucks, festas comunitárias, feiras noturnas
Crie um nome fácil de lembrar, com identidade visual padronizada
Monte um catálogo com preços e envie via WhatsApp
Incentive clientes a marcarem você nas redes sociais com brindes ou descontos
O lucro vai depender do tipo de carrinho, local de operação e volume de vendas.
Estimativas médias:
100 churros por dia a R$ 6 = R$ 600/dia (lucro líquido de até R$ 400/dia)
60 espetinhos por noite a R$ 8 = R$ 480/dia (lucro de até R$ 300/dia)
50 tapiocas a R$ 10 = R$ 500/dia (lucro de R$ 300 a R$ 350)
Carrinho operando 26 dias/mês: faturamento entre R$ 8.000 e R$ 15.000
Lucro líquido mensal entre R$ 5.000 a R$ 10.000, dependendo do ponto e da eficiência
Negócios móveis têm excelente margem porque têm baixo custo fixo e rápida rotatividade de estoque.
Expandir para mais carrinhos com funcionários treinados
Criar uma “marca de rua” com identidade forte
Incluir novos produtos (sucos naturais, sobremesas, combos temáticos)
Oferecer atendimento para eventos, aniversários, festas escolares
Participar de festivais de comida de rua e feiras gastronômicas
Fazer parcerias com empresas para coffee breaks, festas juninas e confraternizações
Migrar para ponto fixo com food trailer ou quiosque em shoppings
Trabalhar com franquia ou modelo de licenciamento da marca
Crescer mantendo a qualidade e o atendimento é o caminho para transformar o carrinho em um verdadeiro negócio escalável.
Churros do Pedro (CE): começou com carrinho e hoje tem loja própria e delivery
Tapioca da Tia (PE): carrinho fixo em frente a faculdade com fila todos os dias
Espetinhos Gourmet (SP): food bike que virou franquia em mais de 20 cidades
Pastel do Ponto (PR): ficou famoso com sabores exóticos e combos promocionais
Pipoca Premium (RJ): carrinho com sabores doces gourmet virou atração em eventos
Esses exemplos mostram que com qualidade, regularidade e empatia, é possível crescer de forma orgânica e lucrativa.
Montar um carrinho de comida de rua — seja churros, lanches, tapioca, pipoca, pastel ou espetinho — é acessível, lucrativo e muito promissor. Com poucos recursos e boa execução, é possível viver exclusivamente do negócio ou usá-lo como alicerce para crescer.
Mais que vender comida, você venderá sabor, alegria e lembranças. A simplicidade é o segredo do sucesso. Comece pequeno, mas pense grande: o carrinho pode ser o primeiro passo de uma grande marca.
Carrinhos de comida de rua unem baixo custo de entrada, mobilidade, alta demanda popular e lucro diário, sendo uma das formas mais democráticas e escaláveis de começar a empreender com segurança.